Quando Não se Pode Dizer o Que se Viveu

Há traumas que não deixam marcas visíveis. Eles não são reconhecidos nem mesmo pela própria vítima. Podem ser abusos emocionais, situações de humilhação, vivências de negligência afetiva ou mesmo pressões religiosas extremas. Esses traumas silenciosos se cristalizam no corpo e na linguagem como sintomas difusos: angústias crônicas, sensação de inadequação, medo constante.

A psicanálise não busca encontrar "o que aconteceu" como num processo investigativo. Ela oferece um espaço para que o sujeito possa, finalmente, dizer sobre o indizível. Dar forma simbólica ao que ficou como resto bruto da experiência. Isso permite que o trauma deixe de ser um destino e passe a ser uma história.